Por Anthony Almeida
Campinas, que já me foi 44, hoje é B. O ponto B. De onde saí: A. O caminho até aqui vem sendo cruzado num ônibus e, mais uma vez, percorro um entre A e B com muitas esperanças, intenções, curiosidades. “Como vai ser por lá? Tomara que seja bom” — invariavelmente, são estes os pensamentos que povoam os percursos, que povoam este percurso.
Quando foi 44, Campinas me era, me seria um meio-termo. Nem 8 nem 80: 44, a mediana. Eu vivia no oeste paulista, queria me mudar. Dentre os destinos, um perto: 8. Um longe: 80. Em busca do equilíbrio, nem tão longe e nem tão perto, cogitei Campinas como futura casa, cogitei o 44. Mas fui mesmo foi para o 80.
Agora, da janela, a paisagem campineira me entrega respostas aos primeiros interesses. A descoberta inicial: há muitas rotatórias por aqui. A Primeira Metrópole do Interior do Brasil, a Segunda Metrópole do estado de São Paulo, cognomes dos quais os campineiros se orgulham, poderiam ser substituídos por Cidade das Rotatórias.
Até o símbolo da Universidade de Campinas, notei olhando no mapa e no emblema, é um conjunto de rotatórias: uma bolota branca no meio e três bolinhas vermelhas nas margens. Perambular por estes círculos vermelhos e branco será uma das minhas intenções.
Por hora, do ônibus interurbano, que vai chegando à rodoviária, fico a observar outros ônibus, os urbanos, os que levam o povo para lá e para cá por dentro da cidade — e que volteiam as rotatórias, naturalmente. Tenho afeição, desde pequeno, pela observação destes veículos e, sempre que chego numa cidade nova, quero experimentá-los, entender suas lógicas e percursos.
Aquele ali, que vai pela avenida, é branco e verde. Um outro, branco e vermelho. Mais um, não, mais dois em branco e verde. Opa, fazendo a conversão ali naquela outra rotatória, é mais um branco e vermelho? Parecem seguir um padrã… Eita, olha um branco e azul, outro branco e verde, mais um em branco e vermelho. E por aí vão, são muitos. Em breve, irei com eles.
Campinas/SP. Agosto, 2023.

